segunda-feira, 21 de março de 2011

Terremoto e tsunami no Japão


Sendai antes de ser atingida pela tsunami

Por mais que a gente veja imagens de catástrofes acontecendo quase que simultaneamente nos mais diversos pontos do mundo, não deixa de ser surpreendente observar que o tamanho do poder de destruição da natureza ultrapassa os limites da nossa compreensão.


No caso específico do Japão, um país que, por sua localização geográfica, situado numa das “esquinas” da região conhecida como Círculo de Fogo, e também por estar localizado na área de confluência de diferentes placas tectônicas, a conclusão a que se chega é uma só: Por mais que se esteja acostumado à constante ocorrência de atividades sísmicas e vulcânicas, a sensação de impotência é a mesma diante do tamanho de tais fenômenos.



É claro que a coisa poderia ser muito pior. Essa coisa é tão séria por lá que as pessoas já estão doutrinadas a como se deve proceder num momento assim e costumam até dormir com seus documentos debaixo do travesseiro. Se os japoneses não investissem pesado em pesquisa, prevenção e em treinamento, se a engenharia civil não tivesse se aperfeiçoado e criado uma tecnologia que tornasse as construções mais resistentes, utilizando materiais mais flexíveis e até edifícios com “amortecedores”, a combinação de um forte terremoto acompanhado por uma tsunami de proporções impressionantes, certamente teria um efeito muito mais devastador.



O forte tremor, com magnitude de 8.9 graus na escala Richter, ocorreu às 14:46 h (horário local), 2:46 h pelo horário de Brasília, dessa última sexta-feira, dia 11 de março. O seu epicentro foi no Oceano Pacífico, a 130 km da península de Ojika, a uma profundidade de 24 km, considerada baixa por especialistas, e provocou maiores danos na costa nordeste do país, como, por exemplo, na cidade de Sendai. A tsunami originada desse deslocamento das placas atingiu uma velocidade de 700 km/h e, chegando à costa, arrastava e destruía tudo que encontrava pela frente, carros, casas, navios enormes, vagões de trens, contêineres, caminhões, como se tudo aquilo fosse de brinquedo ou de papel.



A brusca alteração do movimento das boias instaladas no mar despertou o alerta de que ondas gigantes poderiam estar à caminho das regiões litorâneas e revelou a gravidade da situação, acelerando assim o processo de evacuação da população para áreas mais elevadas, evitando-se assim que uma tragédia de proporções gigantescas ocorresse.


Agora pensa o seguinte, se este que é considerado o maior terremoto de toda a história japonesa causou tanto estrago, imagine o que seria se eles deixassem a coisa por conta dos desígnios divinos.


E o pior é que o drama japonês não para por aí. A continuidade dos tremores e o pânico diante da possibilidade de que haja um vazamento nuclear só fazem aumentar as preocupações de que a calamidade pode ser muito maior do que até então se imagina.

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